A voz é um importante mecanismo de comunicação. Uma afirmação desta natureza não deveria ser recebida com surpresa, mas muitas vezes esquecemos que a voz obedece à mesma lógica que qualquer outro músculo do nosso corpo e que, por isso mesmo, é passível de ser trabalhada e melhorada. Da mesma forma que trabalhamos outros instrumentos de comunicação (empatia, sociabilidade, aparência), devemos ter em conta a comunicação verbal como um veículo fundamental de apresentação e comunicação de nós próprios. Esta comunicação pode e deve ser aperfeiçoada. No atual sistema de ensino português, a grande maioria dos alunos pode sair do Ensino Superior, de forma muito bem-sucedida, sem nunca ter trabalhado a oralidade. Isto faz com que, mais tarde, na vida profissional (por força das suas tarefas e da evolução da sua própria carreira), invariavelmente vai acabar por se ver confrontado com momentos em que a comunicação tem de ser clara, assertiva e dinâmica, numa exposição pública de um argumento, pensamento ou ideia. E o que acaba por acontecer é que recorremos à estratégia que estamos habituados: a defender um argumento por escrito. O que, como sabemos, na oralidade, não funciona. Esta formação atingirá os principais pontos da oralidade, desde a colocação da voz, projeção, dicção e o uso apropriado da oralidade na construção de um discurso narrativo impactante.