Sopa de Jerimu é um espetáculo a solo para uma mulher e várias abóboras… então já não é a solo! Estão lá a menina, a porqueira, a chila, a bolina, a cabaça, todas diferentes e todas abóboras. Na sua cozinha, esta mulher, convive com as abóboras, ouve-lhes os segredos e mergulha em si, descobrindo coisas que não conhecia.
Rola que rola e volta a rolar… Aquela que quebrar à sopa irá parar…
As entranhas revelam-se e a sopa ferve na panela. Nascem histórias… as abóboras transformam-se… na verdade são conhecidas universalmente pelos seus poderes transformadores. Florescem, amadurecem, crescem, crescem, crescem e apodrecem. Assim, também ela vivencia transformações.
É um elogio à beleza e à magnitude da abóbora. A Sopa fica pronta e o público é convidado a prová-la.
Este projeto nasceu no mercado do Bolhão, na época das abóboras.
Frequentemente, parava para as observar; tantas, tão diversas, algumas tão grandes, tão bonitas!
Depois de estabelecida a empatia com a abóbora e com a personagem, quem pode recusar-se a provar a sopa de abóbora? Será este particular contacto das crianças com a abóbora frutífero na sua relação futura com sopa?
No final, o público é convidado a visitar a cozinha, o espaço cénico e a desvendar as relíquias abóbora guardadas em gavetas.
Na minha velha cozinha
guardo tesouros segredos
doces magias em frasco
gavetas com mil bruxedos
Vem descobrir o meu antro
o cantinho onde me abrigo
recatado como um manto
fica um tempinho comigo