A Programação Cultural em Rede está aí para promover o encontro da Cultura com o Médio Tejo. O encontro dos artistas com as comunidades e visitantes, numa aposta da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e dos treze municípios que a compõem.
Uma programação muito rica e diversificada, que vai desde a música, ao teatro de rua, ao circo contemporâneo, aos projetos comunitários e onde motivos não faltam para participar.
Tendo em conta a atual situação pandémica, a maioria dos eventos são realizados em espaços ao ar livre, nas praias fluviais, jardins, parques e praças dos centros históricos, numa promoção da nossa paisagem natural e patrimonial, bastante agradável e rica.
Fique a conhecer o Médio Tejo, uma região que aposta na Cultura e caminhe connosco!
Abrantes tem sabor a Tejo e a memória, passado e historia. Tem uma energia contagiante marcada pela busca incessante de progresso tecnológico e industrial. Uma avidez de vanguarda harmoniosamente conjugada com o orgulho nas raízes e na importância estratégica do castelo na defesa militar do território desde a Reconquista Cristã. A cultura e as artes expressam-se das mais variadas formas, sendo possível descobri-las esculpidas em ferro pelas ruas calcetadas que percorrem o centro histórico e descem ao encontro do Tejo, elemento inspirador de sabores locais – a Palha de Abrantes e as Tigeladas, o peixe do rio e as migas, os vinhos e os azeites. Aos apreciadores de lazeres ribeirinhos e desportos náuticos e oferecida a diversidade do Aquapolis, nas margens do rio Tejo, da praia fluvial da Aldeia do Mato, na albufeira de Castelo do Bode e os percursos de lazer e de aventura.
O corpo e a mente deleitam-se nesta região brindada pela natureza com os recantos do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros e a biodiversidade do Complexo das Nascentes do rio Alviela. A história, por sua vez, concedeu-lhe as tradições intemporais dos têxteis e dos curtumes, transformando-a na afamada “ Capital da Pele ” . A magnificência das paisagens com predominância dos tons verdes, pintalgados de manchas cinza, conferidas pela presença abundante da rocha calcaria, e digna das aguarelas de Roque Gameiro, pintor nascido e criado na Vila de Minde. Os fortes aromas da serra, refletem-se na sua gastronomia, como a Cachola, a Morcela de Arroz e os Bolos Podres dos Santos. Um estilo único da terra onde os dias de sol sugerem passeios pedestres e mergulhos na praia fluvial dos Olhos de Agua, os dias amenos convidam a observação de uma das maiores comunidades de morcegos cavernícolas da Península Ibérica e os dias chuvosos provocam a invulgar lagoa temporária no Polje de Minde.
A história sobre a união dos rios Tejo e Zêzere repete-se a cada instante no cenário idílico que envolve a “ Vila Poema ” . Um encontro inspirador para Luís de Camões, insigne poeta português, que por aqui viveu profundamente os seus amores durante o apogeu do porto fluvial. Nesta vila ribeirinha o romance galga as margens e surge no céu estrelado durante uma visita ao Centro Ciência Viva – Parque de Astronomia, na cumplicidade gerada pelas ruas estreitas e floridas do centro histórico ou nas cores dos barcos engalanados em tempo de festa dedicada a Nossa Senhora da Boa Viagem. Quando a doçura dos Queijinhos do Céu e o aconchego das migas Carvoeiras e Pintassilgas não provocam “ borboletas na barriga ” , encoraja-se o sentimento num passeio pelo borboletário tropical do Parque Ambiental de Santa Margarida.
A viagem da “ Cidade Ferroviária” teve inicio há menos de dois séculos e o que foi um pequeno apeadeiro, evoluiu para um local de paragem obrigatória que conjuga ambientes cosmopolitas e contemporâneos com o mito popular dos fenómenos. Cada pormenor do concelho e marcado pela tradição ferroviária, desde a arquitetura dos antigos bairros ferroviários, passando pela centenária estação de comboios onde se cruzam bagagens repletas de historias vividas entre chegadas e partidas. Destas paragens levam-se as memorias do caminho de ferro português perpetuadas no Museu Nacional Ferroviário e os passeios serenos junto da albufeira no Parque Verde do Bonito ou a pratica das mais diversas modalidades no imenso complexo desportivo.
O verde funde-se nas águas do rio Zêzere com o compasso único da natureza em estado puro, apenas sentido quando se mergulha na praia fluvial do Lago Azul, pratica desportos náuticos, percorre os trilhos pedestres e de BTT ou se desfruta de um relaxante passeio de barco em grupo com refeição a bordo. Cada momento ganha sabor de pausa merecida nestas paisagens que ao longo dos seculos inspiraram a história do concelho, como os vestígios paleolíticos em Avecasta, a construção da torre templária de Dornes ou a recente confeção da maior omelete do mundo, certificada pelo Guinness. A “Capital do Ovo ” e terra de Bons Maridos, Boas Esposas e Tigeladas, os doces tradicionais que compõem uma gastronomia singular na qual se salientam, igualmente, o queijo de Areias, o leitão à ferreirense e o sempre apetecível peixe do rio.
Os contrastes intensificam o “verde horizonte” do concelho, garantindo viagens com doses generosas e proporcionais de prazeres gastronómicos, vestígios do passado longínquo, aguas medicinais regeneradoras, apostas em energias do futuro e cenários bucólicos a beira-rio. As tradições eternizam-se a mesa ao saborear o mel, as azeitonas e o inconfundível presunto, do qual Mação se tornou catedral, e renovam-se nas Termas da Ladeira de Envendos através de tratamentos terapêuticos com origem no domínio romano. Mais primitivo e o acervo milenar do Museu de Arte Pré-histórica e do Sagrado no Vale do Tejo, que convive de forma serena com os equipamentos modernos das praias fluviais de Cardigos, Carvoeiro ou Ortiga e a tecnologia dos aerogeradores no Parque Eólico.
Passo a passo, assim se conhece a terra de Ourém, desde épocas imemoriais. Os caminhos percorrem todo o concelho e geram viagens distintas no íntimo de cada caminhante, sejam elas pelo tempo até ao período jurássico, pela memória popular ao imortalizar reis e condes ou pela esperança com a experiência da fé. Os trilhos mais antigos encontram-se nas lajes calcárias do Monumento Natural das Pegadas dos Dinossauros, a natureza manifestase na refrescante praia fluvial do Agroal e a história reflete-se na Vila Medieval de Ourem, que regista a passagem dos anos nas muralhas do castelo e do Paco do Conde, concretizando-se os sabores pelo Vinho Medieval de Ourem, no bolo do arco, na ginginha e na Ucharia do Conde. Jornada inevitável e a peregrinação ao Santuário de Fátima, onde a devoção mariana se revela.
As cores da “Vila Jardim” renovam-se a cada dia que passa inspiradas nas tradições populares, na contemporaneidade das atividades culturais e no virtuosismo da arte sacra. Tons vibrantes que conquistam quem passa e se alastram pelas ruas da vila, as varandas das casas, as igrejas, os miradouros e os refúgios verdejantes. Ao longo da Semana Santa, a fé floresce dentro dos templos sagrados em tapetes de pétalas e alumia as almas com as velas da Procissão dos Fogaréus. Nos restantes dias, a crença na beleza suprema consolida-se na envolvência dos moinhos de Entrevinhas e da praia fluvial da Lapa, nos pormenores das sete pinturas que compõem o retábulo do Mestre do Sardoal, no pórtico renascentista na Igreja da Misericórdia e na singularidade das receitas das Tigeladas e da Cozinha Fervida.
Terra de encantos e recantos, a Sertã provoca no espírito a paz da natureza e a nobreza dos heróis. O tempo lê-se nas muralhas do castelo fundado pelo general romano Quinto Sertório e nos arcos da Ponte Filipina da Carvalha, intercalados pela influência secular da Ordem do Hospital. A exploração florestal e a industria da madeira afirmam-se num território com sabor a maranhos e a cartuchos de amêndoa, onde Nuno Alvares Pereira (Santo Condestável) deu os primeiros passos e desenvolveu o génio militar que garantiu a vitoria na Batalha de Aljubarrota. A genuinidade da Princesa da Beira reflete-se, igualmente, nos espelhos de água das praias fluviais e das albufeiras das barragens que sugerem momentos prazenteiros e enquadram a típica Aldeia de Xisto de Pedrogão Pequeno.
A lenda e a realidade encontram-se em segredo nos múltiplos recantos de Tomar. Um desafio constante aos sentidos presente na diversidade religiosa e arquitetónica do centro histórico, nos cenários idílicos da barragem do Castelo de Bode e num impressionante legado Templário com mais de oito séculos. O misticismo emana do conjunto monumental do Convento de Cristo, Património da Humanidade, e sente-se por toda a “Cidade Templária”, descendo a encosta pela Mata dos Sete Montes e seguindo o traçado das ruas medievais ate as margens ajardinadas do rio Nabão. No concelho proliferam outros enigmas, adensados ou desvendados numa visita a antiga Sinagoga, na degustação dos pratos de lampreia e dos Beija-me Depressa, num passeio de barco junto da Ilha do Lombo ou nos elementos sagrados e profanos que se fundem na Festa dos Tabuleiros.
O folego adapta-se ao ritmo do concelho minutos apos a chegada. Cada momento “Inspira a descoberta” e congrega a celebração da historia, a tranquilidade da natureza, os aromas dos Figos de Torres Novas e das enguias, a devoção nas crenças populares e os aplausos nas plateias de espectáculos alternativos. A pulsação aumenta nos trilhos da Reserva do Paul do Boquilobo e do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros com a mesma intensidade dos encontros nas esplanadas da cidade com vista para o rio Almonda e o castelo. Apenas se ganha consciência da passagem do tempo por aqui nos mosaicos coloridos que formam os painéis romanos na Vila Cardilio, nas galerias subterrâneas das Grutas das Lapas e nas tradições que se conservam na Festa da Bênção do Gado de Riachos.
Qualquer itinerário de Vila de Rei tem ponto de partida no cume da Serra da Melriça, onde a pirâmide de alvenaria assinala o centro geodésico do Pais e as paisagens envolventes enriquecem a região de tal maneira que e por muitos considerada “ uma jóia no coração de Portugal ” . O horizonte estende-se ate onde a vista alcança, englobando os avanços científicos expostos no Museu da Geodesia, as particularidades da rustica Aldeia de Xisto de Agua Formosa e as históricas conheiras resultantes da extracção de ouro a céu aberto praticada durante o domínio romano. O pinheiro constitui a matéria-prima essencial do território, perfumando as aldeias ribeirinhas na barragem do Castelo de Bode e a praia fluvial do Penedo Furado. O odor e inconfundível e apenas igualado pelos dos Bolos Fintos, dos enchidos, dos queijos e do mel.
A “Terra dos Sorrisos” estimula o lado estético e poético do mundo, misturando matérias-primas e cores de todos os séculos e dando forma a um concelho que se expressa através das artes plásticas, das lendas encantadas, dos desafios ao conhecimento, do património etnográfico e da natureza omnipresente. Pelo rio Tejo fluem historias sobre mouros e templários no Castelo de Almourol, segredos das receitas dos Pirilaus do Frade Ambrósio e da acorda de sável, tal como memorias de passeios ao ar livre junto das obras que distinguem o Parque de Escultura Contemporânea Almourol, no Barquinha Parque. O instinto criativo não se esgota nas margens e desperta com o pórtico renascentista da Igreja Matriz de Atalaia, as corridas tauromáquicas na segunda Praça de Touros mais antiga do Pais e as experiências científicas desenvolvidas na Escola Ciência Viva.